quinta-feira, 24 de abril de 2008

Hiperactividade

Hiperactividade ou incapacidade de estar quieto, é um dos problemas com que pais e professores muitas das vezes se debatem no dia-a-dia. Este tipo de crianças não sossega um minuto e têm dificuldades em permanecer no seu lugar, tendo assim uma actividade motora excessiva. O seu comportamento é de irrequietude, impulsividade, não conseguindo assim concentrar-se, nem prestar atenção a nada, acabando assim por não ter aproveitamento escolar.
O comportamento hiperactivo pode estar relacionado a uma perda da visão ou audição, a um problema de comunicação, como a incapacidade de processar adequadamente os símbolos e ideias que surgem, stress emocional, convulsões ou distúrbios do sono. Também pode estar relacionado a paralisia cerebral, intoxicação por chumbo, abuso de álcool ou drogas na gravidez, reacção a certos medicamentos ou alimentos e complicações de parto, como privação de oxigénio ou traumas durante o nascimento.
Como se devem tratar os Hiperactivos:
Antes de qualquer tratamento, deve-se fazer um exame físico para descartar outras causas para o comportamento do seu filho, tais como infecção crónica do ouvido médio, sinusite, problemas visuais ou auditivos ou outros problemas neurológicos
O metilfenidato é o medicamento mais receitado para a hiperactividade. É um estimulante que tem efeito paradoxal de acalmar o sistema nervoso e aumentar a capacidade de atenção da criança hiperactiva.
A tioridazina é um tranquilizante ao qual se pode recorrer se a criança for extremamente agressiva e, nesse caso, apenas nas situações mais difíceis.Na maioria das circunstâncias, o medicamento para a hiperactividade pode ser interrompido durante o verão e retomado quando as aulas começarem novamente, após as férias. Essa conduta pode limitar alguns dos efeitos colaterais prolongados desses medicamentos. Após um verão sem medicamento, talvez seja útil deixar que seu filho frequente as primeiras semanas de aula sem qualquer medicação. Considere esse período como um teste para determinar se seu filho pode passar sem o medicamento.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Deficiência Física

Designa-se por Deficiência Física a disfunção ou interrupção dos movimentos de um ou mais membros: superiores, inferiores ou ambos e conforme o grau do comprometimento ou tipo de acometimento fala-se em paralesia ou paresia.
O termo paresia refere-se quando o movimento está apenas limitado ou fraco. O termo paresia vem do grego PARESIS e significa relaxação, debilidade. Nos casos de paresias, a motilidade apresenta-se apenas num padrão abaixo do normal, no que se refere à força muscular, precisão do movimento, amplitude do movimento e a resistência muscular localizada, ou seja, refere-se a um comprometimento parcial, a uma semiparalesia.

Classificação das paralesias
Dependendo do número e da forma como os membros são afectados pela paralesia, foi sugerida por WYLLIE (1951), a seguinte classificação:
 Monoplegia – condição rara em que apenas um membro é afectado.
 Diplegia – quando são afectados os membros superiores.
 Hemiplegia – quando são afectados os membros do mesmo lado.
 Triplegia – condição rara em que três membros são afectados.
 Tetraplegia/ Quadriplegia – quando a paralisia atinge todos os membros; sendo que a maioria dos pacientes com este quadro apresentam lesões na sexta ou sétima vértebra.
 Paraplegia – quando a paralesia afecta apenas os membros inferiores; podendo ter como causa resultante uma lesão medular torácica ou lombar. Este trauma ou doença altera a função medular, produz como consequências, além de déficites sensitivos e motores, alterações viscerais e sexuais.


Causas diversas ou desconhecidas
 Paralesia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
 Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras.
 Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos directos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros.
 Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congénitas; causas metabólicas e outras.
 Febre reumática – (doença grave que pode afectar o coração);
 Miastenias graves (consistem num grave enfraquecimento muscular sem atrofia).


Programas Pré-Escolares

Recomenda-se o início precoce da educação para a criança com deficiência física através da educação sistemática nos anos pré - escolares. Isto pode ser feito através da colocação da criança deficiente física em uma creche ou através de programas de treinamento de pais. Como acontece com outros programas de pais, uma das primeiras tarefas é lidar com a reacção emocional deles em relação ao facto de que o seu filho é deficiente.
" Com muita frequência, os pais... têm tendência a proteger a criança deficiente de experiências ( em parte como uma protecção para a criança contra encontros potencialmente dolorosos ) e, em muitos casos, tratam-na como criança muito menor do que é. Os pais podem estar tão obcecados com as limitações da criança que negligenciam habilidades recentemente desenvolvidas. "
Um dos primeiros passos é convencer os pais de que, em alguns casos, a criança é capaz, se receber instrução sistemática e algum equipamento adaptado.
A recompensa por tais actividades não é somente o reforço das suas habilidades motoras, mas a actividade pode ser utilizada para estimular a linguagem e objectivos cognitivos, resultando numa melhor auto - imagem, pois as crianças provam a si mesmas, aos seus pais e às outras pessoas que elas são competentes, apesar de certas deficiências.


Adaptações Educacionais

Modificações:
Devido à heterogeneidade das condições que levam às deficiências físicas, é difícil descrever as facilidades para todas as crianças. Uma criança pode ter um braço deformado, outra pode ter diabetes, por exemplo. Tendo em vista essas diferenças de capacidades físicas e mentais, torna-se óbvio que só podemos considerar aqui os tipos mais gerais de modificações.

Adaptações nas escolas:
O ambiente físico da escola, para a criança com deficiência física e com deficiências múltiplas, tem que ser mais acolhedor e não sempre se parecer com uma inovação incomum.
Actualmente vemos rampas para cadeiras de rodas, corrimão no WC, superfícies não escorregadias e outras modificações ambientais que encorajam a independência.

Meios de transporte:
A parte dos meios de transporte do programa para crianças com deficiências físicas é cara. A maioria requer transporte para e da escola. As crianças podem estar espalhadas por muitas áreas da cidade e terão que ser transportadas por certas distâncias, isto implica o oferecimento de facilidades para carregar algumas dessas crianças para os transportes e para arrumá-los com segurança e conforto, especialmente se tiverem doenças graves.

Equipamento especial:
Em algumas escolas, salas especiais para terapia física e ocupacional são equipadas com os materiais necessários usados para o tratamento de deficiências musculares e para o aperfeiçoamento da coordenação motora. Cadeiras especiais e mesas recortadas, que ajudarão a criança a se levantar e a se sentar, são equipamentos comuns da sala. Às vezes tal equipamento tem de ser feito para atender uma única criança, se o médico encarregado recomendar apoios especiais em uma cadeira ou mesa.
Além das modificações necessárias no ambiente físico em geral, o professor precisará de numerosos equipamentos e recursos para o uso na instrução. Todos esses equipamentos têm objectivos especiais: cavaletes para livros para crianças que não conseguem segurá-los, projectores voltados para o tecto para as crianças em camas hospitalares ou em casa, máquinas de escrever eléctricas com controle remoto para crianças que ficam na cama, camas portáteis para períodos especiais de repouso e assim por diante.
O equipamento especial é em geral obtido somente quando há necessidade específica para isso, pois é só um auxiliar e tem que ser seleccionado com base na necessidade individual e não na do grupo.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Autismo

Distúrbio congénito caracterizado por alterações no desenvolvimento infantil que se manifesta nos primeiros meses de vida, caracterizando-se por um retrocesso das relações interpessoais e diversas alterações de linguagem e dos movimentos. Verificam-se estes sintomas, principalmente entre os 6 e os 36 meses de idade. As causas são desconhecidas mas este fenómeno pode estar associado a factores genéticos e problemas pré e pós-parto. O processo básico deste sintoma é a perda do contacto emocional e interpessoal (problemas de sociabilidade, isolamento intenso e agressividade).
As crianças autistas não respondem às carícias, palavras e nem às atenções dos adultos. A criança reage a objectos giratórios. Preocupa-se com que o ambiente fique conservado de forma inalterada. Passa muito tempo a jogar com objectos repetitivamente. É indiferente às palavras e a qualquer som emitido por outras pessoas. Porém, pode dar atenção ao ruído de uma porta ou ao barulho de um avião (hipersensibilidade ao toque e aos sons).
Entre os 4 e os 5 anos, algumas crianças autistas, são capazes de repetir anúncios televisivos, trechos de músicas populares, o que não significa um acto de comunicação, apenas foram absorvidas estruturas codificadas.
Características do autismo
· Dificuldade na interacção social:
o Dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais (contacto visual, expressão facial, gestos);
o Dificuldade em fazer amigos;
o Apresenta dificuldade em compartilhar suas emoções;
o Dificuldade em demonstrar reciprocidade social ou emocional.
Prejuízos na comunicação:
Atraso ou falta de linguagem verbal;
Para aqueles onde a fala é presente, verifica-se uma grande dificuldade em iniciar ou manter uma conversa;
Uso estereotipado e repetitivo da linguagem;
Falta ou dificuldade em brincadeiras de "faz de conta".
Há alguns anos, as alterações de linguagem apresentadas por autistas foram consideradas apenas uma característica do transtorno, porém, actualmente as questões de linguagem são consideradas como um dos principais problemas do Autismo.
Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e actividades:
Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados;
assumir de forma inflexível rotinas ou rituais (ter "manias" ou focalizar-se em um único assunto de interesse);
maneirismos motores estereotipados (agitar ou torcer as mãos, por exemplo);
preocupação insistente com partes de objectos, em vez do todo (fixação na roda de um carrinho, por exemplo).

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Trissomia 21 ou Síndrome de Down


O que é?


v É a anomalia cromossómica mais comum;

v Consiste na presença de três (e não dois como seria normal) cromossomas de um tipo específico num organismo;

v É essencialmente um atraso do desenvolvimento, tanto das funções motoras do corpo, como das funções mentais;

v É uma alteração congénita que causa um atraso no desenvolvimento físico e intelectual, podendo surgir em qualquer família, em pais de qualquer faixa etária, raça, religião ou estrato social, tantos no primeiro filho como em irmãos;

v A palavra Síndrome significa um conjunto de características que prejudica o desenvolvimento das pessoas e Down é o sobrenome de um médico (John Langdon Down).
Os principais sinais físicos no recém-nascido são:

ü Hipotonia;
ü Abertura das pálpebras inclinada com a parte externa mais elevada;
ü Prega da pálpebra no canto interno dos olhos como nas pessoas da raça amarela.

Características Físicas da Trissomia 21:

“A Trissomia apresenta características físicas específicas, não necessariamente todos presentes em cada indivíduo”
“A Trissomia 21 é em geral, reconhecimento logo ao nascer:
- A criança apresenta normalmente a cara redonda com um perfil achatado e o pescoço pequeno;

- Em geral, os olhos apresentam uma inclinação para cima;

- Os braços e as pernas são muitas vezes pequenos em relação ao corpo;

- Os dedos dos pés são igualmente pequenos, com um espaço mais acentuado entre o primeiro e o segundo dedo.

Quais os tipos de Trissomia 21?

o Trissomia simples - é um cromossoma extra em todas as células do organismo entre 90 - 95% dos casos de Trissomia 21 são Trissomias Simples.

o Translocação - é causada quando um pedaço do cromossoma 21 está localizada em outro cromossoma, como no caso do cromossoma 14. Ocorrem em 35% dos casos de Trissomia 21.

Como prevenir?
Não existe cura para a Síndrome de Down, por isso a prevenção é essencial. Neste sentido, a gravidez deve ser cuidadosamente vigiada e nos casos suspeitos ou se a mulher tiver mais de 35 anos de idade realiza-se amniocentese para diagnóstico e interrupção da gravidez de for desejo do casal.

Dislexia

Dislexia



O que é?


Dislexia deriva do grego dus significa difícil, mau e lexis significa Palavra.
Dislexia é uma desordem, que se manifesta pela dificuldade de aprender a ler, apesar da instrução ser a convencional, a inteligência normal, e das oportunidades socioculturais. Depende dos distúrbios cognitivos fundamentais que são, frequentemente de origem constitucional. A Dislexia é de facto uma dificuldade duradoura de aprendizagem da leitura e aquisição do seu automatismo, desde crianças inteligentes, escolarizadas, sem quaisquer perturbações sensoriais e psíquicas já existentes. Nem os pais, nem os professores são responsáveis por esta dificuldade específica de aprendizagem. Porém não devem ignorá-la. A dislexia é uma dificuldade específica e durável da aprendizagem da leitura e de escrita, em que não houve a aquisição do seu automatismo e experimentada por crianças normalmente inteligentes, normalmente escolarizadas e indemes de perturbações sensoriais.
A dislexia é uma designação frequentemente utilizada para referir uma dificuldade muito específica, sentida por alguns alunos, na aprendizagem e utilização instrumental da leitura. O termo dislexia tem sido sinónimo de muita confusão e simplificação abusiva, e por isso encontra-se com bastante frequência, não só em relatórios que se trocam entre escolas, serviços clínicos e de educação especial, mas também em publicações de literatura especializada. A Dislexia designa uma dificuldade específica a nível da leitura. Em termos de médicos, é definida como uma condição resultante de factores neurológicos, de maturação ou genéticos. Este problema, pois não é uma doença, é associado à capacidade do cérebro para guardar e reconstituir informação. Factores genéticos ou neurológicos, ou mesmo ambos, podem contribuir para o aparecimento desta desordem. O QI dos indivíduos com Dislexia não difere dos valores correntes da população em geral. Apesar de o aluno nesta situação poder apresentar um atraso no campo da leitura e das competências linguísticas, o recurso ao ensino individualizado permitir-lhe-á vir a dominar a leitura, a escrita e a capacidade de soletrar.




Sinais de Alerta

Problemas de Aprendizagem relacionados:

- Dificuldades na linguagem oral;
- Não associação de símbolos gráficos com as suas componentes auditivas;
- Dificuldades em seguir orientações e instruções;
- Dificuldade de memorização auditiva;
- Problemas de atenção;
- Problemas de lateralidade;

Na leitura ou na escrita:

- Possíveis confusões
(ex: f/v; p/b; ch/j; p/t; v/z; b/d…)

- Possíveis inversões
(ex: ai/ia; per/pré; fla/fal)

- Possíveis Omissões:
(ex: livo/livro; batata/bata…)

Factores que afectam a Dislexia

Os padrões de movimentos oculares são fundamentais para a leitura eficiente. São as fixações nos movimentos oculares que garantem que o leitor possa extrair informações visuais do texto. No entanto, algumas palavras são fixadas por um tempo maior que outras. Existem ainda factores que influenciam ou determinam ou afectam a facilidade ou dificuldade do reconhecimento de palavras, como:

v Familiaridade
v Frequência
v Idade da aquisição
v Repetição
v Significado e contexto
v Regularidade de correspondência entre ortografia-som ou grafema-fonema
v Integrações.




Características das crianças com Dislexia

Ø Incapacidade de aprender e recordar palavras visionadas;
Ø Escrita reflexo – escrevem palavras do fim para o início. Por exemplo, “ajuda” poderia surgir como “aduja”;
Ø Dificuldade em soletrar;
Ø Falta de organização a nível de materiais;
Ø Dificuldade em seleccionar as palavras adequadas para comunicar, a nível oral e escrito;
Ø Não exibem prazer na leitura;
Ø Dificuldades em escrever quando o texto lhes é ditado;
Ø Inversão de letras e de palavras;
Ø Dificuldade em guardar e recuperar nomes de palavras escritas;
Ø Memória visual pobre, quando estão em causa símbolos linguísticos;
Ø Os disléxicos não se conseguem concentrar na leitura;
Ø Dificuldades de processamento auditivo;
Ø Dificuldade em aplicar o que foi lido a situações sociais ou de aprendizagem;
Ø Caligrafia ilegível;
Ø Confusão entre as vogais ou substituição de uma consoante (como em “amigo” e “anigo”);
Ø Falta de destreza manual.